⟳ Atualizada em: 29/07/2022 17:28
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo recomendou que o WhatsApp adie o lançamento no Brasil de um novo recurso anunciado pela plataforma, chamado “Comunidades”, para o início do próximo ano.
O MPF argumenta que a atualização pode ir na contramão do combate à disseminação de notícias falsas por meio do aplicativo de mensagens. Segundo o comunicado, especialmente neste momento, “fake news sobre o funcionamento das instituições e a integridade do sistema de votação brasileiro podem colocar em risco a estabilidade democrática do país”.
De acordo com os responsáveis, a plataforma continua privada e, por isso, não será possível procurar ou descobrir novas Comunidades.
Na atualização, os administradores serão responsáveis por criar e gerenciar as Comunidades do WhatsApp, escolhendo quais grupos farão parte delas, criando grupos ou adicionando grupos existentes.
Outra novidade é que os admins dos grupos poderão apagar mensagens ou arquivos de mídia abusivos ou inadequados para todos os membros do grupo o que não é permitido na versão atual.
“Entre os motivos de preocupação do órgão, está o fato de que usuários no papel de administradores destas Comunidades poderão, valendo-se de “avisos”, mandar mensagens para todos os milhares de integrantes dos grupos que elas congregarem, de uma só vez. Tal recurso, a depender de como será usado após ser implementado, poderá aumentar a capacidade de as pessoas viralizarem conteúdos por meio do aplicativo”, expôs o MPF.
Em abril, o WhatsApp se comprometeu a implementar o recurso somente após o eventual segundo turno das eleições. Para o órgão, no entanto, o prazo não é suficiente para mitigar os riscos que um “aumento de desinformação pode gerar para as instituições e para a população do país nos últimos dois meses do ano”.
O Ministério Público estabeleceu um prazo de 20 dias para a empresa informar se aceitará a recomendação. Caso não seja acolhida, o MPF informou que poderá recorrer à Justiça.
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